segunda-feira, julho 30, 2012

Um poema a cada segunda-feira (LXXXIX)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • UM CORPO UM PAÍS

Frente ao mar
meu corpo ardente e nu de marinheiro pelo sangue.
Fervem-me nas veias
um milhão de ondas em repouso
Em meus olhos cativos e saudosos
- imagem da minha solidão imensa - 
o abraço que me une a ti
                                     ó mar
deus pagão de olhar luminoso e belo!

Recebe ó mar este afluente silencioso
que para ti corre
                         e contigo se confunde:
o líquido canto a quem me ligo
pelo drama de não ser só teu.

Casimiro de Brito
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, julho 23, 2012

Um poema a cada segunda-feira (LXXXVIII)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • REFERÊNCIA

Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?


O que chega primeiro
e só parte por vezes
antes de eu perceber
que já tinhas voltado


Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?


Aquele que me beija
e me possui
me torna e me deixa
ficando a meu lado


Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?


Que sempre me enlouquece
e só aí percebo
como estava perdida
sem te ter encontrado
Maria Teresa Horta
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, julho 16, 2012

Um poema a cada segunda-feira (LXXXVII)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • DESPEDIDA
Encanecida pátria de joelhos,
aqui te deixo, exausto de sofrer-te.
Vou de olhos secos, cegos de perder-te,
sossegar ódios velhos.
Vou destruir-te as lágrimas de rojos,
nas mãos e mãos inertes.
Aos que sabem a ciência de vender-te
abandono os despojos.
Vou procurar-te ao bafo de outra face
quente, clara e agreste.
Aconchego-te aos restos
da minha pele gasta de afagar-te.
Vou de jornada. Aceno
um lenço breve e incerto.
Voltarei, voltarei. Num gesto
mais rebelde e sereno.

Ergue os teus ombros, pátria de joelhos,
olha-me bem nos olhos para ver-te.
Quero levar-te e ter-te
no meu ódio já velho.
Jose Augusto Seabra
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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segunda-feira, julho 09, 2012

Um poema a cada segunda-feira (LXXXVI)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • AS FACAS

Quatro letras nos matam quatro facas
que no corpo me gravam o teu nome.
Quatro facas amor com que me matas
sem que eu mate esta sede e esta fome.


Este amor é de guerra. (De arma branca).
Amando ataco amando contra -atacas
este amor é de sangue que não estanca.
Quatro letras nos matam quatro facas.


Armado estou de amor. E desarmado.
Morro assaltando morro se me assaltas.
E em cada assalto sou assassinado.


Quatro letras amor com que me matas.
E as facas ferem mais quando me faltas.
Quatro letras nos matam quatro facas.




Manuel Alegre
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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domingo, julho 08, 2012

O LOCAL & BLOGAL completa hoje, apesar de uma prestação, se bem que regular, menos intensa,

9 ANOS DE VIDA.

segunda-feira, julho 02, 2012

Um poema a cada segunda-feira (LXXXV)



O Público divulgou, há alguns anos, uma série de antologias de poesia que encomendara a certas personalidades da vida portuguesa não diretamente relacionadas com a literatura.

É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.

A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.


  • VOL DE NUIT / 2

Formado em direito e solidão,
às escuras te busco enquanto a chuva brilha.
É verdade que olhas, é verdade que dizes.
Que todos temos medo e água pura.


A que deuses te devo, se te devo,
que espanto é este, se há razão para ele?
Como te busco, então se estás aqui,
ou, se não estás, por te quero tida?
Quais olhos e qual noite?
                                     Aquela
em que estivestes por me dizeres o nome.
Pedro Tamen
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005

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